Donald Trump perdeu aproximadamente US$ 282 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão, nesta sexta-feira (31) após sua condenação por 34 acusações de fraude contábil na quinta-feira.
Ele se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado pela justiça americana e ainda enfrenta outros três processos judiciais.
Até as 11h20 desta sexta, a fortuna de Trump foi estimada em US$ 7,5 bilhões (R$ 39 bilhões), classificando-o como a 343ª pessoa mais rica do mundo, de acordo com a lista de bilionários da Forbes.
O ex-presidente foi acusado de alterar documentos comerciais para ocultar um pagamento de US$ 130 mil feito pouco antes da eleição de 2016 para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels, que afirmou ter tido um encontro sexual com ele.
Nos dias que antecederam o julgamento, enquanto o mundo aguardava o veredicto do júri, Trump enriquecia, com o mercado financeiro apostando em sua absolvição. Ele chegou a lucrar US$ 137 milhões, aproximadamente R$ 705 milhões, em apenas um dia.
Desvalorização das ações da Trump Media
A queda no patrimônio do ex-presidente foi impulsionada principalmente pela acentuada desvalorização das ações da sua empresa de mídia social, a Trump Media & Technology Group (TMTG), cujo principal produto é a rede social Truth Social, similar ao X, antigo Twitter.
Às 11h20, as ações da companhia caíram 4,30% na bolsa Nasdaq, em Nova York.
Antes do julgamento, de 17 de abril (dois dias após o início do julgamento de Trump em Nova York) até esta quarta-feira (29) (um dia antes de sua condenação), as ações da Trump Media tiveram um aumento expressivo de 123,8%.
Vitor Miziara, analista de investimentos, sugere que essa tendência foi motivada pela expectativa de que Trump seria absolvido e, concorrendo às eleições, possivelmente sairia vencedor.
“Se há uma expectativa de que o presidente da empresa possa se tornar presidente dos Estados Unidos novamente, os investidores naturalmente esperam algo positivo disso”, comenta.
As ações da TMTG foram listadas no final de março na Nasdaq após um longo processo de fusão de 29 meses com a Digital World Acquisition. Na estreia, os papéis subiram mais de 40% no primeiro dia de negociação.
Contudo, a euforia inicial rapidamente se transformou em cautela e, em uma semana, as ações sofreram uma queda de mais de 30%.
Em abril, a divulgação dos resultados corporativos da empresa, que reportou um prejuízo de US$ 58 milhões em 2023, fez com que os preços das ações despencassem ainda mais, tornando-as as mais vendidas do mercado — ou seja, muitos investidores apostando em uma continuidade da queda dos preços.
Além do prejuízo milionário, o que mais chamou a atenção nos resultados foi a receita da empresa no último ano: apenas US$ 4 milhões, levantando dúvidas sobre a rentabilidade do negócio.
No entanto, com o início do julgamento de Trump, as ações experimentaram uma recuperação.
Patrimônio de Trump
Além de possuir uma participação estimada em 60% na Trump Media, o ex-presidente também detém um patrimônio diversificado, com investimentos em vários setores.
Ele é presidente da The Trump Organization, que controla todas as empresas de Donald Trump e seus filhos.
Através desta controladora, a família possui centenas de empreendimentos imobiliários ao redor do mundo, incluindo hotéis, resorts, torres residenciais e campos de golfe, além de operar na corretagem, venda e administração de imóveis mundialmente.
Trump também mantém negócios no setor de entretenimento e é dono de diversos empreendimentos comerciais.