Nos últimos anos, os relacionamentos amorosos passaram por mudanças significativas, e a chamada “síndrome do Tarzan” tornou-se um comportamento cada vez mais comum, afetando pessoas de todas as idades. A síndrome recebe esse nome em referência ao personagem Tarzan, que pula de um cipó para outro sem soltar o anterior, representando o ato de iniciar um novo relacionamento antes de processar emocionalmente o fim do anterior. Esse padrão, impulsionado pelo medo da solidão, pode gerar ciclos destrutivos, impactando tanto a saúde emocional quanto a qualidade dos vínculos formados.
A síndrome é marcada pela incapacidade de enfrentar o luto emocional após o término de um relacionamento, levando a pessoa a buscar um alívio temporário em uma nova relação. Isso impede o processo de autoconhecimento e a construção de uma identidade emocional independente, repetindo padrões disfuncionais e superficiais. Embora esse comportamento seja visto também no ambiente profissional, onde algumas pessoas trocam de emprego buscando satisfação imediata, suas consequências mais destrutivas se manifestam nos relacionamentos amorosos.
As chamadas “relações liana”, descritas pela psicóloga Lara Ferreiro, refletem o ciclo constante de substituição de parceiros, onde o indivíduo tenta preencher o vazio emocional deixado por uma ruptura. Ao evitar o luto, a pessoa acumula emoções negativas, resultando em ansiedade, depressão e dependência emocional. A incapacidade de lidar com o vazio emocional também prejudica a saúde mental, tornando o indivíduo dependente da validação de outros para se sentir completo.
Essa busca por alívio imediato através de novos relacionamentos impede o aprendizado necessário para construir vínculos saudáveis e duradouros, criando um ciclo contínuo de insatisfação e superficialidade.