O Departamento de Transportes dos EUA (DOT) está lançando um “painel” online que permitirá aos passageiros identificar as companhias aéreas nacionais que permitem que crianças de até 13 anos se sentem ao lado de um adulto acompanhante sem custo adicional. Essa medida foi adotada pelo governo Biden com o objetivo de pressionar essas empresas a reduzirem suas taxas, incluindo desde a seleção de assentos até o reembolso por atrasos.
No Brasil: menores viajando sozinhos de avião poderão ser acompanhados pelos responsáveis até o embarque
Na Europa: o que você deve saber sobre as greves que estão afetando as viagens de trem e avião
Essa novidade é uma resposta às queixas recebidas pelo órgão, de viajantes que afirmam terem sido obrigados a viajar separados de seus filhos, alguns com menos de um ano de idade.
O dispositivo ajudará os passageiros a identificar quais companhias garantem a viagem familiar, enquanto o DOT trabalha na criação de uma lei que proíba a cobrança adicional por essa opção. Para receber o selo de verificação verde no painel, as companhias aéreas terão que garantir que os pais ou um adulto acompanhante possam se sentar com as crianças ou menores pelos quais são responsáveis, sem custo adicional, desde que haja disponibilidade.
- Os pais que viajam com crianças pequenas devem poder se sentar juntos sem serem obrigados a pagar por isso. Todas as companhias aéreas deveriam adotar essa medida imediatamente, mesmo que o departamento ainda precise estabelecer uma regra para exigir isso em qualquer circunstância. Estamos pressionando para que ofereçam essa garantia – declarou o secretário dos Transportes, Pete Buttigieg.
Em um anúncio feito em 6 de março, o DOT também informou que a nova ferramenta permitirá aos pais evitar “cobranças confusas” relacionadas às políticas familiares, facilitando a vida dos passageiros na identificação das companhias que “deram um passo à frente”.
- Se a companhia aérea incluir essa garantia em seu guia SAC e não cumprir, o DOT terá base para exigir o cumprimento – destacou.
Nas últimas semanas, as companhias aéreas vêm anunciando mudanças em seus sistemas para facilitar a vida das famílias. A United Airlines informou em fevereiro que não cobraria a mais para permitir que crianças de até 12 anos se sentem ao lado dos adultos que as acompanham, atualizando a tecnologia de mapeamento de assentos em seu sistema de reservas online. Caso não haja tal disponibilidade, os passageiros poderão remarcar a viagem em outro voo sem custo adicional.
A Frontier também anunciou que está fazendo ajustes para garantir que seu sistema libere automaticamente pelo menos um dos pais para se sentar ao lado dos filhos menores de 14 anos. A American Airlines informou que atualizou seu SAC em fevereiro, estabelecendo a idade limite de 15 anos, além de oferecer remarcação gratuita ou reembolso caso não haja assentos juntos disponíveis. A Southwest esclareceu que não cobra pela designação de assentos e oferece a opção de escolha para famílias no embarque.
Essas mudanças surgiram após o DOT concluir, na análise iniciada no ano passado, que não encontrou garantias por parte das companhias aéreas de que as famílias possam viajar juntas sem custos adicionais, embora muitas tenham declarado que “fazem o possível para isso”. Agora, o governo Biden está planejando criar uma legislação que formalize essa exigência.
Em fevereiro, um grupo de senadores democratas apresentou o projeto de lei Families Fly Together, que determina que todas as companhias permitam que crianças de até 13 anos se sentem com um adulto acompanhante sem custo adicional.
Enquanto isso, o órgão optou pelo painel como uma forma de pressionar as companhias a declararem publicamente seu compromisso com os passageiros. Um mecanismo semelhante, lançado em agosto passado, permitia que os passageiros vissem quais companhias aéreas garantiam serviços como refeições e acomodações em caso de atrasos e/ou cancelamentos por motivos de sua responsabilidade. De acordo com o departamento, essa ferramenta levou dez companhias a se comprometerem explicitamente a fornecer refeições e remarcações, e nove a se responsabilizarem por acomodações. Muitas, no entanto, afirmaram já ter essas políticas estabelecidas ou prometeram pequenas mudanças nos serviços existentes para atender aos padrões de certificação.
Essa iniciativa de reforma no setor de viagens aéreas pelo governo federal surgiu como resposta a uma série de fiascos públicos, como o resultado de uma nevasca violenta em dezembro de 2022, que deixou milhares de passageiros desamparados. A situação foi ainda mais grave para os clientes da Southwest Airlines, cujo sistema mostrou-se inadequado, resultando no que os analistas descreveram como “o pior colapso operacional em seus 50 anos de história”. Além disso, em janeiro deste ano, uma falha no sistema da Administração Federal de Aviação (FAA) impediu a decolagem de voos domésticos por 90 minutos, causando transtornos ao longo de todo o dia.