A administração Biden anunciará nesta terça-feira (18) uma ação executiva que permitirá que determinados cônjuges e filhos sem cidadania americana possam solicitar residência permanente legal sem a necessidade de deixar os EUA. Essa medida significativa, em um ano eleitoral, poderá oferecer proteção contra deportação para centenas de milhares de pessoas.
Essa ação concederá status legal e proteção a aproximadamente 500 mil famílias americanas e cerca de 50 mil filhos de imigrantes sem cidadania, menores de 21 anos, cujos pais sejam casados com cidadãos americanos, segundo um alto funcionário do governo. Esse programa é um dos maiores já implementados pelo governo federal para apoiar imigrantes indocumentados desde o anúncio do DACA pelo então Presidente Barack Obama em 2012.
A medida tem como objetivo apelar aos eleitores latinos em estados decisivos como Arizona, Nevada e Geórgia, que serão cruciais para as chances de Biden conquistar um segundo mandato. Trata-se de um gesto direcionado aos defensores da imigração e aos progressistas, muitos dos quais criticaram Biden por suas ações anteriores mais restritivas, incluindo a adoção de medidas recentes que limitam o acesso ao asilo na fronteira sul dos EUA.
O presidente fará o anúncio oficial durante um evento na Casa Branca nesta terça-feira (18), celebrando o 12º aniversário do DACA.
Segundo a legislação federal vigente, uma pessoa sem documentos que entre nos Estados Unidos e se case com um cidadão americano deve inicialmente solicitar uma autorização temporária antes de pedir a residência legal. Esse processo geralmente requer que essas pessoas saiam do país, o que pode prejudicar suas carreiras e famílias, além de criar incerteza sobre a possibilidade de retorno.
A ação desta terça-feira permitirá que esses cônjuges solicitem residência sem precisar sair dos EUA – uma mudança crucial que, conforme a administração Biden, manterá as famílias unidas.
Na semana passada, a CNN foi a primeira a relatar que o governo estava considerando essa mudança.
Para se qualificar para o programa, a pessoa deve ter residido nos Estados Unidos por pelo menos 10 anos e ser legalmente casada com um cidadão americano, de acordo com um informativo da Casa Branca. O processo de inscrição será aberto até o final do verão.