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Flórida cria lei para atrair médicos estrangeiros – inclusive brasileiros; entenda a medida

As medidas na Flórida incluem aumento das taxas de reembolso do Medicaid, apoio a programas educacionais e novos hospitais-escola. Tennessee foi pioneiro ao integrar médicos estrangeiros. Marina Ferreira detalha a revalidação de diplomas nos EUA. Talitha Krenk destaca o alto custo de formação e falta de médicos em áreas rurais. A nova lei beneficia profissionais de saúde brasileiros.
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Principais Medidas para Melhorar o Sistema de Saúde na Flórida

“As principais medidas incluem o aumento das taxas de reembolso do Medicaid para hospitais, apoio a programas educacionais na área de saúde e a criação de novos hospitais-escola especializados em saúde comportamental”, afirma João Mateus Loyola, advogado de imigração da Gondim Law Corp.

“Essas ações visam melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde na Flórida, enfrentando desafios como a escassez de profissionais e a necessidade de cuidados mais especializados.”

Tennessee Chegou Antes da Flórida

Antes da Flórida, no ano passado o governador do Tennessee, Bill Lee, adotou a lei (HB 1312) para combater a falta de profissionais de saúde, especialmente em áreas rurais e de cuidados primários, afirma Dr. Vinicius Bicalho, CEO e fundador da Bicalho Consultoria Legal.

“O Tennessee foi pioneiro em reconhecer a importância de integrar rapidamente médicos estrangeiros ao sistema de saúde para combater a falta de profissionais. Agora, a Flórida está seguindo esse exemplo e, com a nova legislação, beneficia especialmente os brasileiros, eliminando a necessidade de repetir a residência médica nos EUA. Esta é uma oportunidade incrível para médicos formados no exterior que querem trabalhar na Flórida.”

Processo de Revalidação do Diploma, Segundo uma Médica Brasileira

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O tempo de revalidação do diploma de um médico varia de pessoa para pessoa, afirma Marina Ferreira, brasileira que se formou em medicina no Brasil e revalidou o diploma nos EUA por meio do exame USMLE (United States Medical Licensing Examination).

“No meu caso, a revalidação durou 3 anos. Comecei o processo em janeiro de 2017 e recebi o meu certificado de revalidação em junho de 2019. Consegui o tão desejado “match”, que é o programa de residência médica, em março de 2020 aqui na Flórida”, diz a médica que irá começar o trabalho como hospitalista na Carolina do Norte a partir de agosto.

Ferreira explica que o processo de revalidação do diploma de médico nos EUA pode ser dividido em 3 etapas:

  1. Revalidação do Diploma Médico: Acontece por meio de 3 provas (step1, step 2 e OET).
  2. Adquirir Experiência Clínica/Cartas de Recomendação: São necessárias pelo menos 3 cartas de recomendação nos Estados Unidos, obtidas através de estágios (observerships/clerkships).
  3. Aplicação para Programas de Residência Médica: Ocorre todo ano entre julho-setembro, onde o aplicante recebe convites para entrevistas e, caso seja escolhido por algum programa, consegue começar sua carreira médica.

“O tempo de residência depende da especialidade escolhida. Eu fiz um programa chamado ‘internal medicine’, similar à clínica médica no Brasil, com duração de 3 anos. Depois você pode começar a atuar ou fazer uma subespecialização, chamada ‘fellowship’, que varia de acordo com a subespecialidade”, afirma a médica.

A carência de médicos primários, segundo Ferreira, é no país inteiro, principalmente em áreas remotas. Não é o caso da Flórida, que a médica afirma ser um estado concorrido. “Muita gente quer morar e atuar aqui, inclusive brasileiros.”

Para a brasileira, que fez subespecialização em geriatria nos EUA, essa nova lei da Flórida é uma oportunidade para quem está tentando o processo há algum tempo, tem o diploma revalidado, mas não consegue uma vaga em programa de residência.

“Apesar da lei ajudar muitos profissionais a imigrarem e atuarem como médicos mais rapidamente, acredito que fazer um programa de residência aqui ainda seja a melhor opção, pois dessa forma você terá liberdade de atuação em qualquer lugar do país e na especialidade que deseja.”

Por Que os EUA Estão Sofrendo com a Falta de Médicos?

Além das barreiras para médicos estrangeiros, os Estados Unidos enfrentam uma escassez desses profissionais devido a outros fatores, afirma Talitha Krenk, advogada brasileira que reside e trabalha nos EUA.

Alto Custo para Formação: Não existem faculdades de medicina suficientes e as vagas são limitadas. As faculdades de medicina são longas e de custo altíssimo. Os cursos superiores nos EUA estão entre os mais caros do mundo, e não existem faculdades gratuitas como no sistema brasileiro. Para se tornar um médico americano, é necessário estudar por cerca de 10 a 12 anos em universidades particulares.

“Primeiro, você precisa de um curso undergraduate, geralmente chamado de pre-med, ou um bacharelado na área de ciências. Apenas após a conclusão do bacharelado, você aplica para a faculdade de medicina, que é o que chamamos de graduate school. Além disso, ainda há as residências. Com todos esses custos particulares, as dívidas estudantis chegam a quase 300 mil dólares”, afirma Krenk.

Falta de Médicos em Áreas Rurais: A falta de profissionais também sobrecarrega os que estão ativos no mercado. Os profissionais se concentram nos grandes centros, deixando a população rural desassistida.

“Temos mais vagas no país do que profissionais, então os médicos preferem trabalhar nas capitais ou grandes cidades, onde há mais estrutura para eles e suas famílias, deixando a população rural desassistida. Esse problema atinge todo o país, independentemente do estado.”

Envelhecimento da População: A população americana está envelhecendo. Os baby boomers, geração nascida no fim da Segunda Guerra e nos anos 60, estão se aposentando e necessitam de cuidados médicos.

Outros Profissionais que os EUA Precisam

Além dos médicos, os EUA têm escassez de outros profissionais de saúde, como enfermeiros e fisioterapeutas, afirma a advogada Talitha Krenk.

“Muitas empresas de recrutamento americanas já estão com filiais no Brasil em busca de profissionais competentes que se licenciaram nos EUA e queiram trabalhar aqui. O departamento de trabalho classificou essas profissões como ‘schedule A’. Isso significa que o departamento de trabalho americano já pré-determinou que essas áreas têm falta de profissionais americanos, facilitando o processo de imigração de profissionais estrangeiros. Muitas empresas estão dispostas a trazer profissionais para os EUA.”

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