O total de vidas perdidas no devastador terremoto que abalou o Marrocos na última semana aumentou para 2.497, de acordo com os dados mais recentes fornecidos pelo Ministério do Interior marroquino nesta segunda-feira (11).
O sismo, considerado um dos mais devastadores globalmente nos anos recentes, afetou as imediações de Marrakech na noite de sexta-feira (8), com uma magnitude de 6,8 conforme o Serviço Geológico dos Estados Unidos e 7 de acordo com o instituto de pesquisa científica e técnica do Marrocos.
Este foi o tremor mais intenso a ser documentado no Marrocos na era moderna e impactou uma área densamente povoada. Segundo dados do Ministério do Interior do país, aproximadamente 2.476 pessoas também sofreram ferimentos e centenas ainda estão desaparecidas.
O anterior levantamento do número de vítimas fatais, divulgado na manhã de domingo (10), registrava 2.122 mortos.
Esforços de Busca e Resgate
Nesta segunda-feira, numerosos membros de equipes de resgate, tanto marroquinas quanto internacionais, procuravam por pessoas desaparecidas, em grande parte na província de Al Haouz, o epicentro do abalo sísmico.
Forças militares de nações como o Reino Unido e Espanha já se encontram no território marroquino, equipadas com tecnologias avançadas de busca, incluindo microcâmeras para inspecionar destroços.
Um dos principais obstáculos enfrentados pelas equipes de resgate, conforme relatado à agência Reuters, é a natureza da construção das residências na área atingida: muitas são construídas com tijolos de argila, pedra e madeira não tratada.
“É complicado resgatar indivíduos vivos pois a maior parte das paredes e tetos se transformaram em montes de terra ao colapsar, sepultando os ocupantes sem deixar espaços livres,” comentou um militar envolvido no resgate à Reuters, preferindo não ser identificado.
Dificuldades na Ajuda Internacional
Outra barreira à assistência internacional é a demora do governo marroquino em aceitar ofertas e em fazer um pedido oficial de ajuda, conforme informou a Organização das Nações Unidas (ONU).
Até o momento desta reportagem, a ONU informou que o pedido oficial de auxílio humanitário por parte do Marrocos ainda não havia sido submetido. Essa solicitação é crucial para que as agências da ONU possam mobilizar suas equipes.
Rabat argumentou que ainda está avaliando as propostas de ajuda para evitar uma descoordenação nas operações.
O Marrocos declarou três dias de luto nacional no sábado (9), e líderes globais enviaram mensagens de condolência a Rabat.
A Argélia, uma nação vizinha em disputa com o Marrocos, liberou seu espaço aéreo, fechado há dois anos, para aeronaves transportando assistência humanitária e evacuando feridos.
Fonte: G1 Notícias