Cleydiane Martins, uma brasileira, relatou em suas redes sociais que foi drogada enquanto estava no estacionamento da Home Depot da Hillsboro em Deerfield Beach, no sul da Flórida. Ela alertou a comunidade para tomar cuidado com estranhos na rua e o que oferecem ou para que se aproximam. Segundo ela, um homem alto, negro, com dentes de ouro, usando boné e uma camiseta de uniforme hospitalar, bermuda larga, estava entregando cartão de visita de landscape. Ela pegou o cartão e rapidamente começou a se sentir mal. A droga agiu muito rápido e ela agradeceu a Deus por ter dado tempo de entrar para a porta do Home Depot. O homem ia levá-la até seu carro com suas coisas, porque ela achou que ele trabalhava no Home Depot. Mas até ela chegar no carro, ela teria desmaiado.
“É assustador demais. Tomem cuidado, muito cuidado com estranhos na rua, o que oferecem ou para que se aproximam”, alerta. “Dá uma sensação de impotência, fiquei paralisada, com sede, o coração acelerado, minha voz não saía. É horrível.”
Entenda o caso
Ela saiu do trabalho e parou na loja por volta de 5:45pm, estacionando o carro longe porque não tinha vaga perto. Dentro, foi na área de jardinagem, que é no fundo da loja. Um homem estava no caixa e ela disse que ele a olhava de forma estranha, encarando. Ela desceu para uma outra área e quando voltou, ele não estava mais no caixa.
“Comprei seis sacos de serragem. Paguei primeiro e saí porque uma senhora disse que eu pegaria os sacos lá fora. Os sacos são grandes e eu tava colocando no carrinho. Quando eu estava pegando o terceiro saco, o mesmo homem me gritou de uma parte do estacionamento: “Hey, man, you´re strong, look good”. Achei estranho e só agradeci e continuei. Em um segundo, ele apareceu na minha frente e pegou o meu carrinho.
Achei na hora que ele fosse funcionário e estivesse me ajudando. Ele então me entregou um cartão de landscape e eu peguei na hora. Perguntei o que era e ele disse que era seu cartão de negócios. Eu olhei para o cartão e então comecei a não sentir as minhas mãos, a minha perna começou a ficar bamba e minha boca seca. Percebi que estava perto da porta ainda de onde a senhora tinha me atendido e corri para dentro. Pedi para chamarem a polícia e ele entrou atrás dizendo que eu estava louca e que só tinha entregue o cartão dele pra mim. Eu disse que tinha droga no cartão e a mulher entendeu. Eu liguei para o meu marido e a mulher chamou Uma outra brasileira me deu água. Nisso ficamos esperando a polícia, eu ainda meio tonta, mas falando para ele que se ele não tinha nada a dever, não ia embora. Mas a polícia demorou duas horas para chegar e o homem conseguiu fugir. Se eu não tivesse passado mal naquele instante e pensado rápido para pedir ajuda, ele ia comigo até o meu carro que estava embaixo, eu ia desmaiar lá, e só Deus sabe o que ele iria fazer comigo”, relata.
A polícia foi acionada, mas demorou 2 horas para chegar ao local e o suspeito fugiu. “Houve negligência da polícia. Eu poderia ter feito o boletim ali na hora e eles verificariam as câmeras da loja. Eu estava paralisada e não conseguia ficar em pé, estava sentada no chão quando eles chegaram. E só foram porque meu marido ligou de novo dizendo que tinha uma pessoa armada na loja. Mesmo assim, quando me viram, riram e disseram que eu estava drogada, que eu tinha usado droga. Eu saí do trabalho e passei lá para comprar uma coisa, só isso.
“Quando a ambulância chegou, o paramédico acreditou em mim e disse que já houve muitos casos semelhantes. Só então um dos policiais mencionou que poderia ser verdade. Sem conseguir andar direito, ela foi internada para fazer exames de sangue e urina e seu braço e perna esquerdos agora estão paralisados. Com o marido e os dois filhos no hospital, ela expressou sua frustração: “É muito estranho, o efeito demora um pouco para passar. Só consigo mexer a mão e o pé, o resto é como ter uma cãibra.”
Horas depois, ela recebeu alta, ainda se sentindo grogue, e aguardava para ver o resultado do exame online. “O hospital disse que tem tratado casos como este e que era algum tipo de medicamento, mas não sabia de que tipo.”
Segundo ela, o choque é grande depois que acontece porque coloca muita pressão psicológica em você. “Você fica pensando no que realmente poderia ter acontecido em apenas alguns segundos. Eu não tive nenhuma maldade na hora. Tenho filhos pequenos e deveria ter pensado que poderia ser algo ruim, mas não tive más intenções .” Cleydiane disse que tentará obter imagens de vigilância da Home Depot para liberar o rosto do suspeito.