O presidente Joe Biden anunciou nesta terça-feira (18) um conjunto de reformas que promete transformar a vida de milhares de imigrantes indocumentados. A nova ação executiva permitirá que cônjuges e filhos de cidadãos americanos solicitem residência permanente (Green Card) sem a necessidade de deixar o país, oferecendo uma proteção significativa contra a deportação.
A medida simplifica o processo de obtenção de residência ou autorização de trabalho para diversas categorias de imigrantes, incluindo cônjuges e enteados de cidadãos americanos, além dos “dreamers”, jovens que chegaram aos EUA ainda crianças. Graduados de instituições de ensino superior americanas que recebem ofertas de emprego altamente qualificadas também serão beneficiados.
A Casa Branca estima que cerca de 550 mil imigrantes poderão aproveitar as novas regras, que devem entrar em vigor entre agosto e setembro deste ano. Os pedidos serão avaliados individualmente, e os aprovados terão três anos para solicitar a residência permanente, durante os quais estarão autorizados a residir e trabalhar legalmente nos EUA. Após obterem o Green Card, poderão solicitar a cidadania norte-americana.
Contexto Político
O anúncio ocorre dias após o programa DACA (Ação Diferida para Chegadas na Infância) completar 12 anos. Criado durante o governo de Barack Obama, o DACA protege seus beneficiários, conhecidos como “dreamers”, da deportação e permite que trabalhem legalmente. Mais de 800 mil solicitações foram aprovadas desde então, com cerca de 580 mil beneficiários ativos atualmente.
A questão da migração é crítica nas eleições presidenciais de novembro, onde Biden busca a reeleição. A ação executiva visa apelar aos eleitores latinos em estados decisivos, como Arizona, Nevada e Geórgia.
A medida também responde às críticas de defensores da imigração e progressistas, que anteriormente criticaram Biden por ações restritivas, incluindo medidas recentes para limitar o processamento de asilo na fronteira sul dos EUA. Recentemente, Biden assinou um decreto que restringe a entrada de migrantes através da fronteira com o México, uma área que registra uma média de mais de 2.500 travessias irregulares a cada sete dias.
