O número de testes de Covid-19 com resultados positivos no Brasil viu um aumento significativo nas primeiras semanas de agosto, de acordo com dois estudos independentes publicados na última quarta-feira (30). Ambos os estudos mostram um aumento de cerca de 7 pontos percentuais, o que significa que o número de pessoas infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 dobrou.
ANÁLISE DO CONTEXTO
O crescimento dos casos acontece em um ambiente diferente dos estágios anteriores da pandemia, já que a maioria da população está vacinada e há menor risco de casos graves:
Variante: A OMS está acompanhando o crescimento da variante Éris, uma subvariante da Ômicron, que é um dos motivos apontados para o aumento dos casos. Gravidade: Embora mais contagiosa, a Éris não está ligada a casos mais severos ou mortes; para a OMS, ela é uma “variante de interesse”, um nível abaixo das “variantes de preocupação”. Imunização: O Brasil enfrenta a sazonalidade da doença com a maioria da população já vacinada com as doses iniciais, mas apenas 15% do grupo prioritário recebeu a dose de reforço da vacina bivalente. População de Risco: Indivíduos com sistema imunológico comprometido devem ser especialmente cautelosos em locais com aglomerações e continuar usando máscaras. Duração da Onda: Segundo Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, a atual onda deve persistir por 4 a 6 semanas.
DADOS SOBRE TESTES POSITIVOS
O aumento foi registrado por duas organizações. Uma delas é a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa laboratórios e clínicas privadas:
- A taxa de testes positivos subiu de 6,3% (29 de julho a 4 de agosto) para 13,8% (12 a 18 de agosto).
- “Há uma possível ligação com a nova variante, que é altamente transmissível, mas não causa casos graves”, diz Wilson Shcolnik, Presidente do Conselho de Administração (Abramed).
Outra fonte é o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisa dados de diversos laboratórios:
- A taxa de testes positivos aumentou de 7% para 15,3% entre as semanas que terminaram em 22 de julho e 19 de agosto.
- De acordo com o ITpS, as taxas mais altas são vistas nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).
COEXISTÊNCIA COM O VÍRUS
A infectologista Carla Kobayashi destaca que o vírus da Covid-19 vai “coexistir” com outros vírus respiratórios. Ela ressalta que a situação atual é muito diferente do início da pandemia devido à vacinação e à evolução do vírus, que se tornou menos letal e mais transmissível.
RECOMENDAÇÕES
Especialistas concordam que a melhor medida no momento é estar completamente vacinado contra a Covid-19. Carla Kobayashi enfatiza a importância de receber a vacina bivalente para maior proteção contra a variante Ômicron. No entanto, apenas 15% do grupo prioritário foi vacinado com essa dose até julho.
PRECAUÇÕES PARA OS MAIS VULNERÁVEIS
Carla Kobayashi sugere que pessoas com sistemas imunológicos fracos devem continuar usando máscaras, especialmente em locais fechados e aglomerados, para reduzir o risco de transmissão de vírus respiratórios, incluindo a Covid-19 e a gripe.
Fonte: G1 Notícias