Com grande tristeza, retorno ao tema do Líbano, não apenas por ser a terra dos meus antepassados, mas pela difícil situação enfrentada por sua população. O maior país cristão do Oriente Médio está se tornando o principal alvo da intensificação dos conflitos na região.
Nesta segunda-feira (28/10), Israel intensificou seus bombardeios contra a cidade histórica de Tiro, no sul do Líbano, após emitir avisos de evacuação à população local. Os ataques aéreos resultaram em pelo menos sete mortes e causaram danos severos a essa cidade milenar, reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
As áreas residenciais e a zona costeira, que abriga mais de 135 mil moradores, foram severamente atingidas. Tiro ficou coberta por uma densa nuvem de fumaça após múltiplas ondas de ataques, que, segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano, inicialmente tiveram como alvo um complexo residencial.
Repórteres internacionais no local descreveram os bombardeios como “um dos mais intensos já vistos na região”. Testemunhas relataram que os ataques atingiram o coração da Cidade Velha, uma área histórica que guarda mais de cinco mil anos de história ininterrupta, desde os tempos dos fenícios.
A cidade, mencionada em diversos textos bíblicos, está sob ataque contínuo há quase uma semana.
A ofensiva militar é vista como uma estratégia de Israel para pressionar o governo libanês a controlar o Hezbollah na região. Embora Tiro não seja um reduto tradicional do grupo, a cidade possui uma presença significativa da comunidade xiita muçulmana, além de uma expressiva população cristã.
Em resposta, o Hezbollah intensificou seus bombardeios contra o norte de Israel. De acordo com as Forças de Defesa Israelenses, cerca de 115 projéteis foram lançados contra o território israelense apenas na segunda-feira, com aproximadamente 30 foguetes atingindo a região da Galileia.
Enquanto o governo libanês, enfraquecido desde a guerra civil, permanece incapaz de agir diante da presença do Hezbollah, os civis, que não têm envolvimento direto no conflito, são os que mais sofrem. Vítimas dessa violência crescente, eles lamentam as perdas humanas e culturais que destroem sua história e identidade.
Que o mundo não se mantenha indiferente ao sofrimento desse povo e à destruição de um patrimônio histórico universal.
Que a paz finalmente floresça entre as ruínas de Tiro.