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Golpe da rifa: entenda como criminosos manipulam sorteios online com ajuda de falsos ganhadores

**Os sites que realizam sorteios apresentam segurança frágil, favorecendo fraudes em rifas. Segundo a polícia, influenciadores como Gladison Pieri e Pâmela Pavão, detidos em Balneário Camboriú, promoviam rifas ilegais, acumulando entre R$ 10 e R$ 11 milhões em fundos ilícitos através de sorteios manipulados. A investigação continua para comprovar a entrega dos prêmios.**
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Os portais que conduzem os sorteios apresentam vulnerabilidades de segurança e permitem várias fraudes nas rifas. É possível, por exemplo, que o responsável decida arbitrariamente sobre a existência ou não de um ganhador.
Por Fantástico

25/08/2024 21h37 Atualizado há um dia

Descoberta de manipulação em rifas e sorteios com participação de influenciadores

Vídeos de alta qualidade, anúncios de rifas de imóveis e veículos, além de malas repletas de dinheiro. É dessa forma que influenciadores atraem seus seguidores. Segundo a polícia, trata-se de uma fraude onde o dinheiro é apenas para exibição.

Os influenciadores Gladison Pieri e Pâmela Pavão, de Canoas, Rio Grande do Sul, foram detidos em um apartamento de alto padrão em Balneário Camboriú, Santa Catarina. No local, encontraram-se joias, itens de luxo e uma mala transparente cheia de dinheiro.

Rifas por influenciadores: o que a legislação diz sobre essa prática
O casal se exibia nas mídias sociais. Nas propriedades associadas a eles, na grande Porto Alegre, a polícia confiscou 49 veículos de luxo. Suspeita-se que parte desse patrimônio tenha origem ilícita: sorteios de rifas ilegais comercializadas online por preços baixos.

Os delitos investigados incluem crimes contra a economia popular, jogos ilegais, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Os montantes arrecadados pelos sorteios somam entre R$ 10 e R$ 11 milhões.

Como o esquema operava?

De acordo com as autoridades, alguns dos premiados têm laços pessoais com os investigados e recebiam quantias além dos prêmios sorteados.
Os portais que hospedam os sorteios facilitam diversas fraudes em rifas.
O organizador pode, por exemplo, escolher se haverá um ganhador.
Na ação de busca da última semana, Gladison foi preso por posse ilegal de arma. Ele pagou uma fiança de R$ 60 mil e foi solto. Conforme a polícia, no mesmo dia, ele e sua esposa Pâmela retomaram a promoção de sorteios, incluindo de um carro de luxo que estava sob custódia das autoridades.

“Promover um sorteio de um veículo apreendido, desobedecer a uma ordem judicial, que é persistir nessa atividade ilegal, é um desafio ao sistema de justiça criminal”, afirma o delegado Cristiano de Castro Reschke, de Canoas (RS).
Na última sexta-feira, a justiça decretou a prisão preventiva de Gladison e Pâmela, mas a medida foi revogada e restrições foram impostas a ambos. A polícia confirmou o crime de lavagem de dinheiro e infração penal, além de continuar investigando se os prêmios em dinheiro, imóveis e veículos eram de fato entregues aos compradores das rifas.

“Os premiados, alguns deles, possuem relações pessoais com os acusados. Eles recebiam, inclusive, quantias nos dias dos sorteios. Valores em suas contas, além do prêmio sorteado”, complementa o delegado.

Um promotor investiga os portais usados para os sorteios das rifas. Em um teste rápido, foi possível criar uma rifa fictícia de um carro em que o ganhador era o próprio repórter.

“A segurança desses portais é muito precária. Ela possibilita várias fraudes em relação às rifas. O responsável pode, por exemplo, decidir se haverá um vencedor”, explica o promotor.

Por meio de nota, a defesa de Gladison e Pâmela Pavão declarou que “existe um desconhecimento técnico das autoridades sobre os sorteios e que os fatos serão elucidados durante a investigação”.

Fraude em Goiás
Em Goiás, segundo a polícia, um outro tipo de sorteio movimentou ilegalmente R$ 27 milhões em dois anos. Os sorteios eram realizados ao vivo na internet, divulgados por celebridades como Sheila Mello e Henri Castelli.

Conforme a polícia, tanto os atores quanto os apresentadores dos sorteios não estavam envolvidos no golpe. Os investigadores afirmaram também que esses profissionais foram enganados pelos criminosos.

Os artistas e apresentadores não se pronunciaram sobre o caso.

Cada cartela era vendida por R$ 15 e, em teoria, quem acertasse todas as dezenas ganharia o prêmio. Na prática, segundo a polícia, o sorteio era manipulado. Em um dos vídeos obtidos pela investigação, os criminosos explicam como os falsos vencedores eram contratados para mentir. (Veja no vídeo acima).

Rosilene é uma dessas vencedoras contratadas pela quadrilha. Ela relata que foi contatada um dia antes do sorteio, e ofereceram-lhe entre R$ 800 e R$ 1 mil para fingir que tinha ganho o grande prêmio.

A equipe do Fantástico não conseguiu contato com a defesa de Rosilene, que responderá por estelionato.

Em Goiás, a polícia prendeu nove membros da organização criminosa. Estão detidos: Alessandro Oliveira Leal, Paulo Rogério Vieira, Marcilio Pereira dos Santos.

A defesa de Paulo Rogério Vieira, por meio de nota, afirmou que “acredita na inocência dele e que a verdade prevalecerá durante o processo judicial”.

Igualmente por nota, a defesa de Marcílio Pereira dos Santos afirma que “espera que as evidências apresentadas sejam consideradas insuficientes para a condenação de seu cliente”.

Os advogados de Alessandro Oliveira Leal declararam que ele “nega as acusações e que estão sendo tomadas todas as medidas legais para corrigir o erro investigativo e processual contra ele”.

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