Paulo Antônio de Souza Júnior, sargento da Polícia Militar de Goiás, foi detido pela Interpol em Atlanta, Estados Unidos. Condenado a mais de 21 anos de prisão pelo assassinato de um adolescente em Goiânia, ele fugiu do presídio militar em 2023, pouco após sua condenação.
De acordo com informações do G1, a captura de Paulo ocorreu no dia 17 deste mês, realizada por uma agência americana especializada em prender imigrantes sem documentação.
Além de Paulo, outros dois policiais militares foram condenados pelo mesmo crime, que ganhou grande repercussão e ocorreu em abril de 2018. Sem uniformes, os três militares, que pertenciam ao Serviço de Inteligência (PM2), invadiram uma residência no Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia, e abriram fogo contra os dois moradores.
O proprietário da casa, de 42 anos, sobreviveu ao ataque, mas seu filho, Roberto Campos da Silva, conhecido como “Robertinho”, de apenas 16 anos, foi morto na hora. Na ocasião, os policiais alegaram que estavam investigando uma denúncia de tráfico de drogas e armas e foram recebidos a tiros.
No entanto, a investigação revelou que o dono da casa, após ter o fornecimento de energia cortado pelos policiais e ouvir o portão sendo arrombado, disparou um tiro de advertência para o alto. Em resposta, os militares dispararam mais de 10 tiros de fora para dentro da casa.
Paulo estava detido no Presídio Militar em Goiânia, onde desfrutava de privilégios como passar o dia fora da cela e realizar serviços internos para reduzir sua pena. Ele usou essa condição para fugir do Comando de Missões Especiais (CME) sem ser percebido em 26 de outubro do ano passado.
Após a fuga, foi concluído que Paulo planejou sua escapada com antecedência. Pouco antes de fugir, ele vendeu um comércio que possuía, e sua família se mudou da casa onde viveram por mais de 30 anos.
Embora sua recaptura tenha sido confirmada pelo comando da PM, ainda não há previsão de quando o sargento será extraditado para Goiânia. Devido à fuga, ele agora enfrenta um processo de deserção, o que pode resultar em sua expulsão definitiva da corporação.
A reportagem do Metrópoles não conseguiu entrar em contato com a defesa do PM, mas o espaço permanece aberto para manifestações.