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Eleições 2024 nos EUA: Trump é confirmado como candidato republicano e escolhe J.D. Vance como vice de sua chapa

Donald Trump foi confirmado como candidato republicano à presidência dos EUA, com J.D. Vance como seu vice. Vance, senador por Ohio e autor do best-seller "Hillbilly Elegy", traz uma nova dinâmica à chapa. Trump destacou Vance como a escolha ideal após longas deliberações, visando energizar a base republicana para as eleições de 2024.
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Donald Trump foi confirmado como o candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira (15). A formalização das prévias do partido ocorreu durante o primeiro dia da Convenção Nacional Republicana.

Trump também anunciou a escolha de J.D. Vance como seu candidato a vice-presidente. Vance, um senador republicano de Ohio, foi oficializado como vice durante a Convenção Republicana nesta segunda-feira.
“Após longas deliberações e reflexões, e considerando os enormes talentos de muitos outros, decidi que a pessoa mais adequada para assumir o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos é o senador J.D. Vance, do estado de Ohio”, disse Trump em sua rede social, Truth Social.

Vance, de 39 anos, é ideologicamente alinhado com Trump e energiza sua base. Ele traz um contraste geracional aos homens mais velhos no topo das chapas de seus partidos, mas serviu no Senado por menos de dois anos. Saiba mais sobre quem é J.D. Vance abaixo.

Antes do anúncio oficial, Trump disse à rede “Fox News” que Vance “será um grande vice-presidente”. Segundo a Constituição americana, o cargo de vice-presidente é limitado. (Leia mais abaixo)

Jovem, autor de best-seller e ex-crítico de Trump: quem é J.D. Vance, candidato a vice na chapa de Trump
Guga Chacra: J.D. Vance, vice de Trump, é ‘anti-elite’ e já foi crítico do ex-presidente.

O presidente Joe Biden comentou sobre Vance após o anúncio de Trump: “Sobre J.D. Vance, é o seguinte: ele fala muito sobre os trabalhadores. Mas agora, ele e Trump querem aumentar os impostos das famílias de classe média enquanto promovem mais cortes de impostos para os ricos”, disse Biden em publicação no X (antigo Twitter).

Biden venceu as prévias democratas e é o candidato do partido, apesar da pressão para desistir da corrida e deixar um novo político assumir a candidatura democrata.

O Partido Democrata também se manifestou, chamando J.D. Vance de extremista e “ultra-MAGA”, referindo-se ao slogan “Make America Great Again” (“Faça os EUA Grandes Novamente”, em português). A publicação no X foi apagada minutos depois.

A escolha de Trump foi feita no contexto da Convenção Nacional Republicana, realizada em Milwaukee, Wisconsin. O evento começou na segunda e vai até quinta-feira (18).

Outras duas figuras republicanas concorriam com J.D. Vance para a nomeação: o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, e o senador da Flórida, Marco Rubio. Burgum e Rubio foram avisados mais cedo nesta segunda-feira que não foram escolhidos, segundo fontes da Associated Press e da Reuters.

Quem é J.D. Vance?

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Eleições 2024 nos EUA: Trump é confirmado como candidato republicano e escolhe J.D. Vance como vice de sua chapa 2

J.D. Vance nasceu e foi criado em Middletown, Ohio. Ele serviu nos Marines e no Iraque, e mais tarde obteve diplomas da Ohio State University e da Yale Law School. Ele também trabalhou como capitalista de risco no Vale do Silício.

Vance se destacou com sua autobiografia, o best-seller de 2016 “Hillbilly Elegy”, publicado enquanto Trump se candidatava pela primeira vez à presidência. O livro deu a Vance a reputação de alguém que poderia ajudar a explicar o apelo de Trump entre os americanos médios, especialmente entre os eleitores brancos rurais da classe trabalhadora que ajudaram Trump a vencer a presidência.

“Hillbilly Elegy” também apresentou Vance à família Trump. Donald Trump Jr. adorou o livro e conheceu Vance quando ele iniciou sua carreira política. Os dois se deram bem e continuam amigos.

Após a vitória de Trump em 2016, Vance voltou para Ohio e criou uma instituição de caridade anti-opioides. Ele também participou de circuitos de palestras e era um convidado favorito nos jantares do Partido Republicano, onde sua história pessoal — incluindo as dificuldades devido ao vício em drogas de sua mãe — ressoava.

Essas aparições ajudaram a preparar o terreno para sua entrada na política em 2021, quando disputou a vaga no Senado deixada pelo republicano Rob Portman, que se aposentou. Trump endossou Vance, que venceu uma primária republicana disputada e a eleição geral.

Vance era um republicano “never Trump” em 2016. Ele chamou Trump de “perigoso” e “inapto” para o cargo. Vance, cuja esposa, Usha Chilukuri Vance, é indo-americana e mãe de seus três filhos, também criticou a retórica racista de Trump, dizendo que ele poderia ser o “Hitler americano”.

Mas quando Vance conheceu Trump em 2021, ele reverteu sua opinião, citando as conquistas de Trump como presidente. Ambos minimizaram as críticas ferozes de Vance no passado.

Uma vez eleito, Vance tornou-se um aliado feroz de Trump no Capitólio, defendendo incessantemente suas políticas e comportamentos.

Kevin Roberts, presidente da Heritage Foundation, chamou Vance de uma voz líder para o movimento conservador, em questões importantes, incluindo uma mudança em relação à política externa intervencionista, economia de mercado livre e “cultura americana em geral”.

Os democratas o chamam de extremista, citando posições provocativas que Vance tomou, mas depois alterou. Vance sinalizou apoio a uma proibição nacional do aborto após 15 semanas durante sua campanha para o Senado, mas suavizou essa posição depois que os eleitores de Ohio apoiaram uma emenda de direitos ao aborto em 2023.

Sobre a eleição de 2020, ele disse que não teria certificado os resultados imediatamente se fosse vice-presidente e que Trump tinha “uma queixa muito legítima”. Ele colocou condições para honrar os resultados da eleição de 2024 que ecoam as de Trump. Uma série de investigações não encontraram fraude eleitoral que pudesse ter alterado a derrota de Trump em 2020 para Joe Biden.

No Senado, Vance às vezes adota uma postura bipartidária. Ele e o senador democrata de Ohio, Sherrod Brown, co-patrocinaram um projeto de lei de segurança ferroviária após um descarrilamento de trem em East Palestine, Ohio. Ele patrocinou uma legislação que estende e aumenta o financiamento para a restauração dos Grandes Lagos e apoiou uma legislação bipartidária que beneficia trabalhadores e famílias.

Pessoas familiarizadas com o processo de seleção para vice-presidente disseram que Vance traria para a chapa republicana habilidades de debate, capacidade de arrecadação de fundos e a habilidade de articular a visão de Trump.

Charlie Kirk, fundador do grupo ativista conservador Turning Point USA, disse que Vance articula de forma convincente a visão America First e poderia ajudar Trump em estados que ele perdeu por pouco em 2020, como Michigan e Wisconsin, que compartilham os valores, demografia e economia de Ohio.

Vice-presidente nos EUA

Nos Estados Unidos, o cargo de vice-presidente é visto principalmente como substituto do presidente em caso de morte ou renúncia. Além disso, a posição é extremamente limitada, segundo a Constituição dos EUA.

John Adams, o primeiro vice-presidente dos Estados Unidos, reclamou amargamente de seu destino em uma carta à sua esposa, Abigail, em 1793: “Meu país, em sua infinita sabedoria, me designou para o cargo mais insignificante já imaginado pelo homem”.

A função evoluiu com o tempo e hoje equivale a ser uma “espécie de conselheiro multifuncional” para o ocupante da Casa Branca, explicou Joel Goldstein, professor da Universidade de Saint Louis, à AFP.

A atual vice-presidente, Kamala Harris, lida principalmente com questões como o direito ao aborto e imigração. Seu caso desperta grande interesse devido à idade do presidente Biden.

A verdade é que os poderes do vice-presidente dependem muito da personalidade do presidente, observa Goldstein.

“E é difícil imaginar Trump permitindo que alguém roube seu protagonismo”, garante.

Mas talvez a qualidade que Trump valorize acima de tudo seja a lealdade.

Seu ex-vice-presidente Mike Pence jurou lealdade absoluta ao republicano, mas em 6 de janeiro de 2021 se recusou a bloquear a validação da vitória de Joe Biden pelo Congresso, indo contra as ordens de Donald Trump.

Os apoiadores de Trump agora veem Mike Pence como um traidor, e Donald Trump descartou completamente escolhê-lo novamente como companheiro de chapa.

Quem são seus candidatos favoritos? É um mistério, mas vários nomes estão sendo cogitados, como Doug Burgum, Marco Rubio e J.D. Vance.

Sempre que questionado sobre o assunto, a equipe de Trump se refere à breve declaração de Brian Hughes, um de seus assessores: “Qualquer um que diga saber quem Donald Trump escolherá como vice-presidente, ou quando, está mentindo. A menos que essa pessoa se chame Donald Trump”.

Nove vice-presidentes chegaram à presidência nessas circunstâncias. Os mais recentes foram Lyndon Johnson, após o assassinato de John F. Kennedy, e Gerald Ford, depois da renúncia de Richard Nixon devido ao escândalo Watergate.

Alguns optaram por buscar a presidência após seus mandatos, como Joe Biden, que foi vice de

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