A crise no varejo farmacêutico nos Estados Unidos
A Rite Aid, a terceira maior rede de farmácias autônomas nos Estados Unidos, enfrenta uma crise sem precedentes no varejo farmacêutico. No último domingo, a empresa entrou com um pedido de falência, anunciando o fechamento de aproximadamente 500 de suas 2.200 lojas. Essa notícia agrava a atual crise do setor farmacêutico, que já enfrenta desafios significativos.
Desafios do setor farmacêutico
A maioria das vendas das drogarias provém do preenchimento de receitas médicas, mas os lucros desse segmento diminuíram nos últimos anos devido às taxas de reembolso cada vez mais baixas para medicamentos prescritos. Além disso, as áreas de varejo nas farmácias, onde alimentos, brinquedos e produtos de higiene pessoal são comercializados, também estão enfrentando uma pressão considerável.
CVS, Walgreens e Rite Aid estão tomando medidas drásticas, como a eliminação de algumas gôndolas, à medida que enfrentam a crescente concorrência desses produtos em plataformas online, como a Amazon, e grandes lojas com farmácias, como Walmart e Dollar General.
Impacto da pandemia
Embora as farmácias tenham visto um aumento nas vendas durante a pandemia, com a distribuição das vacinas contra a Covid-19, o número de consumidores que visitam as lojas para fazer compras diminuiu. David Silverman, diretor sênior da Fitch Ratings, afirmou que “a pandemia não foi um momento forte para as drogarias.” CVS, a maior rede de farmácias dos EUA, já fechou 244 lojas entre 2018 e 2020. Em 2021, anunciou um plano para fechar 900 lojas até 2024. A Walgreens, por sua vez, comunicou o fechamento de 200 lojas em 2019 e, em junho, anunciou o fechamento de mais 150 lojas.
Preocupações com roubos
Além dos desafios financeiros, o setor farmacêutico também enfrenta o crescente problema de roubos em algumas localidades. Isso levou várias lojas a adotar medidas como o trancamento de produtos para evitar furtos. No entanto, essas medidas têm prejudicado a experiência do cliente. David Silverman observou que “o roubo parece estar atingindo mais os varejistas de remédios do que outras categorias.”
Impacto nos bairros e farmácias independentes
Uma pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association revela que aproximadamente uma em cada oito farmácias fechou entre 2009 e 2015. Esse fenômeno impactou desproporcionalmente as farmácias independentes e as comunidades de baixa renda. O estudo destaca que as farmácias mais vulneráveis ao fechamento são aquelas com uma base significativa de clientes que utilizam seguros públicos, os quais oferecem taxas de reembolso mais baixas do que os planos de saúde privados, bem como as farmácias independentes.
Fonte acheiusa