O violento sismo que sacudiu o Marrocos na noite de sexta-feira (8), de acordo com o fuso horário brasileiro, resultou em 820 fatalidades e 672 pessoas lesionadas, segundo números atualizados fornecidos pelo Ministério do Interior à emissora pública. As autoridades alertam que esses números ainda são provisórios e podem crescer.
O abalo sísmico, com duração aproximada de 15 segundos, causou estragos em comunidades situadas nas cordilheiras do Atlas até o centro histórico de Marrakech.
O evento sísmico ocorreu por volta de 19h30 (hora de Brasília), teve uma magnitude de 6,8 e foi registrado a uma profundidade de 18,5 km, conforme indicado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O foco do tremor foi localizado no alto das montanhas do Atlas, 70 km ao sul da cidade de Marrakech, onde se observa o maior número de vítimas fatais. A área está próxima de Toubkal, o pico mais elevado do Norte da África, e de Oukaimeden, uma estação de esqui marroquina bastante visitada.
As províncias mais impactadas foram Al Haouz, Ouarzazate, Marrakech, Azilal, Chichaoua e Taroudant.
Indivíduos de todas as idades ficaram nas ruas em várias cidades da área, temendo mais abalos sísmicos. Existem também gravações de pessoas evacuando shoppings, estabelecimentos alimentícios e residências.
Um abalo subsequente, menos intenso, foi registrado 15 minutos após o primeiro, conforme reportado por agências globais de notícias.
De acordo com a Reuters, um representante governamental afirmou que há múltiplas fatalidades em regiões de difícil acesso ao sul de Marrakech.
Situação no Local
O dirigente da cidade de Talat N’Yaaqoub, Abderrahim Ait Daoud, relatou ao portal de notícias marroquino 2M que várias habitações em cidades da província de Al Haouz sofreram desabamentos parciais ou totais, e que houve cortes no fornecimento de eletricidade e obstruções em algumas estradas.
Ait Daoud acrescentou que as autoridades estão trabalhando para desobstruir vias na província, permitindo o trânsito de veículos de emergência.
Fotografias e vídeos postados em plataformas sociais mostram pessoas em pânico e gritando próximo à Mesquita Koutoubia, uma edificação do século XII em Marrakech. Informações da imprensa marroquina indicam que a mesquita foi danificada.
Contexto Sísmico na Região
Devido à sua localização entre as placas tectônicas africana e euroasiática, o Marrocos frequentemente sofre terremotos, especialmente no norte do país. Em 2004, um sismo em Alhucemas resultou em pelo menos 628 mortos e 926 feridos.
No ano de 1980, o terremoto em El Asnam, Argélia, com magnitude de 7,3, foi um dos mais destrutivos da área, causando 2.500 mortes e deixando 300.000 pessoas desabrigadas.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, declarou em uma nota que “as Nações Unidas estão prontas para auxiliar o governo do Marrocos”.
Fonte: G1 Notícias