LONDRES — A Terra acaba de registrar os três meses mais quentes de todos os tempos, de acordo com o serviço de mudança climática Copernicus (C3S).
O órgão financiado pela União Europeia divulgou na última quarta-feira que “as temperaturas globais da superfície do mar estão em níveis sem precedentes pelo terceiro mês consecutivo e a extensão do gelo marinho na Antártica continua em um mínimo histórico para esta época do ano”.
“Agosto foi o mês mais quente já registrado, e com uma grande margem de diferença, sendo o segundo mês mais quente após julho de 2023, de acordo com o conjunto de dados ERA 5 do Copernicus Climate Change Service”, disse o C3S. “Estima-se que o mês de agosto tenha sido cerca de 1,5°C mais quente do que a média pré-industrial entre 1850 e 1900, segundo o C3S.”
Entre janeiro e agosto de 2023, a agência declarou que este tem sido o segundo ano mais quente já registrado, ficando atrás apenas de 2016, quando ocorreu um forte evento de aquecimento do El Niño.
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“O mês de agosto teve a maior temperatura média global da superfície do mar já registrada, 20,98°C, superando o recorde anterior (março de 2016) todos os dias do mês”, disse o C3S.
Enquanto isso, a extensão do gelo marinho na Antártica continuou em um nível mínimo recorde para esta época do ano, com um valor mensal 12% abaixo da média, o que representa “a maior anomalia negativa para o mês de agosto desde que as observações por satélite começaram no final dos anos 1970”, informou a agência.
Previsões Preocupantes da WMO e Met Office
Um relatório de maio do WMO (World Meteorological Organization) e do Met Office do Reino Unido previu uma probabilidade de 98% de que pelo menos um dos próximos cinco anos seja o mais quente já registrado e uma chance de 66% de exceder temporariamente 1,5°C acima da média de 1850-1900 em pelo menos um desses anos.
Tendências de Aquecimento Global
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), as tendências de aquecimento estão continuando em todo o mundo. “Uma série de análises científicas indicam que a temperatura da superfície global foi de 0,25 a 0,30°C acima da média de 1991–2020”, disse a NOAA na quarta-feira. Isso coloca 2022 entre os seis anos mais quentes desde que os registros começaram no meio do século XIX.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, adicionou: “Não temos um momento a perder. As temperaturas crescentes exigem um aumento nas ações para soluções climáticas. Ainda podemos evitar o pior do caos climático.”
Monitoramento Contínuo pelo C3S
O C3S, operado pelo Centro Europeu de Previsão Meteorológica de Médio Alcance (ECMWF) em nome da Comissão Europeia, monitora rotineiramente o clima e também tem acompanhado de perto o desenvolvimento recente das temperaturas globais da superfície do ar e do mar.
O Secretário-Geral da Organização Meteorológica Mundial, Prof. Petteri Taalas, disse: “O que estamos observando, não são apenas novos extremos, mas a persistência dessas condições recordes e os impactos que elas têm sobre as pessoas e o planeta, são uma clara consequência do aquecimento do sistema climático.”
Para mais informações, acesse Copernicus Climate Change Service e NOAA.
Fonte: ABC News